Archive for ‘Devaneios e loucuras’

November 2, 2012

Mundo cor de rosa

“E ela entra em seu quarto, senta em frente ao espelho, se olha e começa a se pentear.

Tem cabelos longos, é bonita, vaidosa…

No momento em que se penteia, tenta entender em qual momento da sua vida tudo mudou tanto. Quando aconteceram essas mudanças tão grandes?

Ela não é mais a mulher de seis meses atrás, não é mais a menina do ano passado.

Quando foi que o que ela possuía deixou de interessá-la? Não a satisfazia mais? Em qual momento o novo se tornou tão mais atraente?

O que antes a satisfazia, se tornou chato, insuficiente. O novo se tornou irresistível, ideal.

Talvez o momento tenha feito com que ela enxergasse o novo assim, talvez o momento tenha feito com que tudo se intensificasse.

E ela passou a viver o que há anos não vivia, voltou a ter prazer nas coisas, a ter prazer na vida.

Hoje ela olha para trás e percebe o quanto tudo foi irreal, o quanto tudo não passou de uma ilusão. E recordando o passado, a raiva que antes sentia dá lugar à compreensão.

O mundo cor de rosa que ela vivia, não existia, e ela aprendeu isso… Da formais mais dura, mais difícil, mas aprendeu.

Chorou, sofreu. Doeu, doeu muito, mas ela começa a tirar lições dos erros e também dos acertos. E percebe que está crescendo, amadurecendo, se fortificando.

Orgulha-se ao lembrar que suas lágrimas secaram sozinhas, que ela foi forte o suficiente para enfrentar as dificuldades.

Ela não perdeu o senso de humor, o jeito meigo, o sorriso aberto. Isso ela vai manter pra sempre, porque é o que a torna especial.

Mas tem ganhado experiência, sabedoria, força, determinação.

Agora, nem tudo a faz chorar, nem tudo a decepciona. Ela começa a saber o que quer, do que gosta, o que a satisfaz.

Ela descobre que o antigo realmente não era o que ela queria, e que o novo que ela tanto desejou, também não era o que a faria feliz.

Começou a distinguir o que é bom, o que é ruim, o que ela gosta, o que ela não gosta… está se conhecendo, se descobrindo.

E pela primeira vez, em muito tempo, ela se olha no espelho e se vê de verdade. Enxerga a mulher que ela realmente é, e tudo o que ela merece.

Então termina de pentear seus cabelos longos, sorri seu sorriso largo para si mesma, sente orgulho de ter enfrentado a mudança e se levanta… Satisfeita com o que a mudança lhe proporcionou, satisfeita com a mulher que ela está se tornando”…

 SPJ, 2012

October 12, 2012

Past in a pack…

“She carries her past in a pack. Sealed with wax in a plastic bag.

That she takes everywhere. And pretends she doesn’t care.

She pushes today with a heavy hand. Almost more than she can stand.

Moving mountains to keep it up. Taking it all back from the start.

And she feels it wont be long, sick and tired of being strong.

With too much inside her mind, hiding tears behind a smile.

If there’s peace, she wants some, if tomorrow never comes.

Then there ain’t no other way, it is gonna be today..

She carries her future in her hands. Holding it high while she can.

Madly trying to understand. What’s the meaning of it all.

She sees the world as a question mark. Barely knowing where it starts.

Every answer demands a fight. Madly trying to keep it right.

And she feels it wont be long, sick and tired of being strong.

With too much inside her mind, hiding tears behind a smile.

If there’s peace, she wants some, if tomorrow never comes.

Then there ain’t no other way, it is gonna be today.

It ain’t easy to drop out.

There will always be doubt.

It’s the kind of thing that makes you scream and shout.

And she feels it wont be long, sick and tired of being strong.

(And she feels, she don’t belong)

With too much inside her mind, hiding tears behind a smile.

(And she feels, she don’t belong)

If there’s peace, she wants some, if tomorrow never comes.

(And she feels, she don’t belong)

Then there ain’t no other way, it is gonna be today..

(And she feels, she don’t belong)”.

September 26, 2012

Livin’ a lie

E então ele partiu. Foi para um lugar onde seria um total e completo desconhecido.

Deixou pra trás toda a vida que tinha. Levou consigo apenas o que julgava importante para construir a vida nova que pensava ser a ideal.

Podia ser o que quisesse. Como quisesse. Quem quisesse.

Todos os dias se convencia de que havia feito a escolha certa. Tomado a decisão correta. Feito o que era necessário.

O mais importante era que conseguira manter sua imagem quase que intacta. Sabia que os danos poderiam ter sido muito maiores e estava feliz por tê-los conseguido manter sob controle.

Quando pensava nela, repetia a si mesmo que não a desejava mais. Que ela não havia sido importante. Que fora apenas um erro, uma mancha, uma mácula em sua história. Haviam outras manchas, coisas que ele preferira esquecer, e ele já tinha aprendido a conviver com elas, a esquecê-las.

Eventualmente também a esqueceria.

Sabia que lhe havia partido o coração. Às vezes pensava no quanto ela fez por ele, no tanto de amor, carinho e atenção que ela lhe dedicara. Eventualmente pensava em todas as lágrimas que a fez chorar, e, nesses momentos se sentia um pouco mal. Mas rapidamente se convencia de que fora necessário. Afinal, ele tinha planos para ter a vida feliz que sempre sonhou, e tinha que se ater à eles.

O tempo passava. Sua vida mudara drasticamente. Havia momentos em que era realmente feliz.

Então por que continuava pensando nela? Por que sentia tanto sua falta? Por que se preocupava em como ela estaria? Por que tinha essa vontade de cuidar dela? Tudo isso já não deveria ter se transformado em uma lembrança desagradável do passado? Por quanto tempo mais a lembrança dela lhe assombraria?

E por que, apesar de todos os seus esforços em fazer daquela vida que escolheu, a melhor e mais feliz possível, havia momentos em que se sentia o mais miserável dos seres?

E a pergunta que jamais o abandonaria, que o atormentaria para sempre, a cada frustração, a cada momento infeliz, a cada vez em que precisava desesperadamente de alguém que o compreendesse, que cuidasse dele, que o fizesse rir, era: “e se?”.

E se ele tivesse feito uma escolha diferente? E se ela estivesse hoje ao seu lado? Ele seria mais feliz? Se sentiria mais apreciado? Mais amado? Mais compreendido? Teria suas necessidades melhor atendidas? Sua vida seria mais leve? Menos complicada?

Mas isso, finalmente entendeu, ele jamais saberia.

September 20, 2012

Parte de mim

“Quando eu sai daquele carro e você partiu, você levou muito de mim com você. Você levou a parte de mim que acreditava no ” felizes para sempre”, a que era inocente, a que acreditava no romantismo, a que estava sempre sorrindo… achei que você tivesse levado a melhor parte de mim.

Você deixou muita coisa também. Deixou medo, tristeza, raiva, desilusão.

E ao me questionar sobre o por que você não me escolheu, algo em mim diz que não há um porque, talvez você simplesmente não tenha a melhor parte de você pra te mostrar o que eu podia oferecer. Talvez as partes que te compõem sejam todas horríveis e você é assim mesmo: um ser humano sem nada a acrescentar.

Talvez a melhor parte de mim que você levou possa te ajudar a te tornar uma pessoa melhor… Não que isso me console ou me ajude. Pois depois  de tudo, a última coisa que quero é fazer algo de bom para você. E não fique triste por isso, porque essa parte de mim foi você mesmo quem criou.

Cada lágrima que até hoje eu choro, cada vez que eu sinto essa tristeza, tenho saudades da melhor parte de mim que você levou. E eu percebo que, apesar de você ter levado quase tudo, eu ainda consigo acreditar que tudo ficará bem, que a dor vai passar e que a tristeza não será eterna… então eu seco minhas lágrimas, me levanto e prossigo.

Por favor, nunca volte para me trazer as partes que você levou. Eu não as quero de volta. Sem elas eu estou sofrendo, mas estou me fortalecendo, amadurecendo e me tornando uma pessoa melhor.

Você pode me derrubar, me ferir, me magoar, mas uma coisa você não foi capa de fazer: destruir a minha esperança de dias melhores e mais felizes. E essa é a parte de mim que nem você, nem ninguém, nunca conseguirá levar embora”.

SPJ, 2012

September 3, 2012

Dialógica monológica

– “Quero que sejas feliz”, disse.

(Silêncio).

– “Nem que para isso, eu tenha que sumir da face da terra”.

(Olhar interrogativo).

– “Eu quis dizer sumir da face da sua terra”.

Não disse uma palavra.

Apenas pensou: “Se tu realmente quisesses que eu fosse feliz, terias me escolhido para ficar a teu lado. Terias cuidado de mim para garantir minha felicidade, pois seríamos dois a querer”.

July 4, 2012

A pessoa certa

“Procuro entender até agora onde errei, tento achar meus erros e não consigo. Sei que tudo que fiz foi ser eu mesma, mas sempre me adequando ao que você esperava que eu fosse. Não usava mais roupas curtas, agia seriamente com as pessoas e não falava sobre a minha vida com ninguém.

Eu acreditei que estava no caminho certo, que você aprovava isto, não me importava em ter que mudar por você porque, perceber o quanto isto te agradava, me fazia feliz.

Parecia que combinávamos tanto, ouvíamos as mesmas músicas, gostávamos dos mesmos lugares, falávamos sobre as mesmas coisas e nos divertíamos com as mesmas histórias. Conversávamos por horas e o tempo voava quando eu estava com você.

E hoje penso que você não era a pessoa certa para mim. E isto dói…

Mas se você não era a pessoa certa, passo a duvidar se essa pessoa realmente existe. Será que existe alguém tão certo para mim como você?

Estou magoada, ferida e quando penso que estou superando tudo isto, a vida me mostra o quanto vai ser difícil tirar todas essas lembranças e sentimentos de mim.

Lembro-me o quanto você dizia que eu era inocente e que deveria tomar cuidado com as pessoas. Mas nunca pensei que este conselho incluía você. Eu me entreguei e me sentia segura ao seu lado. Não importava o que acontecesse, eu sabia que teria seu abraço para me proteger e consolar.

Você disse que me avisou, que sempre deixou tudo muito claro, mas, agora, me questiono se você realmente me avisou.  Avisou-me que todos os seus abraços apertados não eram verdadeiros? Que todos os seus beijos não tinham nenhum sentimento? E todas as vezes que você me procurava não era porque sentia saudades, mas por um motivo qualquer? Sempre julguei que os atos valem mais que as palavras. E, por isso, acreditei em suas ações.

Vou esperar a pessoa certa, sem ao menos saber como seria essa pessoa. Porque você me fez não acreditar que a pessoa certa é aquela que faz o coração acelerar só em vê-la passar, que faz tudo parecer tão fácil só de estar ao lado dela e que faz você imaginar em ter uma família linda onde os filhos pareceriam todos com essa pessoa.

E depois de saber que tudo isto foi uma ilusão, que eu fui a melhor pessoa que eu conseguiria ser e isto não foi suficiente, o que eu mais queria, era uma única certeza…  a certeza de que essa abstinência, uma hora, vai passar”.

SPJ, 2012.

June 28, 2012

Because of you…

Me perdi. Tenho medo. Não me arrisco. Me sinto des-importante e descartável.

Acho difícil confiar em mim. Acho impossível confiar nos outros.

Não deixo ninguém se aproximar o suficiente pra me magoar.

Não acredito em boas intenções. Não me abro.

Não me permito sentir. Só decido pela segurança para não me machucar. Não me sinto boa o suficiente pra ninguém.

Julgo minhas próprias atitudes. Pela primeira vez na vida, me arrependo. Sinto vergonha.

Perdi a doçura. Não quero dar o meu melhor para ninguém. Acho tudo superficial e vulgar.

Não tenho mais certezas. Não sei quem eu sou.

Me apego ao passado. Sinto rancor e vazio. Finjo sorrisos.

Choro quando não quero. Perco o sono. Me perco no tempo. Perco a noção.

Não sinto vontade de começar de novo. Não acredito em sonhos. Sinto raiva.

Odeio o mundo. Odeio ter acreditado.

Odeio você por me fazer odiar o mundo e as coisas que, um dia, eu amei.

Não sou mais a mesma. Conheci o significado real da palavra decepção.

Jamais voltarei a cometer os mesmos erros.

E assim é a vida. Algumas pessoas entram nela apenas para nos modificar profundamente e, depois, nunca mais participar dela. E é melhor que seja assim.

May 25, 2012

Sobre a necessidade de controle

”Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio”.

Em seu sentido denotativo, a palavra controle significa ter domínio total sobre algo ou alguém.

Ninguém gosta de se sentir controlado, certo? Mas ninguém gosta, tampouco, de perder totalmente o controle.

É curioso observar que as mesmas pessoas que freqüentemente reclamam do tédio e da rotina do dia a dia, quando tem a oportunidade de mudar, optam pelo óbvio e seguro. Tentam racionalizar tudo para não perder o controle. Dificilmente conseguirão optar por uma situação nova que estará além de seu poder de controle.

Tememos tudo o que não conseguimos controlar. Isso é fato. Por isso pessoas desistem de propostas de trabalho num país desconhecido, se afastam  prontamente de alguém quando se percebem apaixonadas, desistem de cursos/ atividades que não dominam totalmente etc. Sempre que surge uma situação em que o controle exercido é mínimo, ou nenhum, o medo surge e, muitas vezes, paralisa. É natural. Até que se torna patológico. Não se permitir viver espontaneamente hoje produz, amanhã, pessoas amargas e ressentidas com a vida.

Nos relacionamentos entre homens e mulheres não é diferente.

Pessoas muito inseguras, com dificuldades em interagir ou indivíduos com alguns tipos de transtornos de comportamento, sociopatias e psicopatias, regularmente optam por se relacionar com indivíduos a quem possam controlar facilmente.

Baixa auto estima, carência afetiva, insegurança, inferioridade intelectual, ingenuidade e boa fé, são algumas das características que tornam a pessoa uma vítima potencial . São utilizados mecanismos como chantagem emocional, sentimento de culpa e medo do abandono para mantê-las sob controle.

Freqüentemente, pessoas assim levam uma vida dupla. Na frente de seu/sua parceiro(a) fingem ser virtuosos, bons/ boas moços(as), se esforçam para agradar e demonstrar qualidades e virtudes forjadas cuidadosamente. Fica muito mais fácil persuadir o outro a acreditar e confiar. Tudo pela manutenção de sua aparência e reputação.

“Quando você ama uma mulher, quer que ela só pense bem de você. Naturalmente você esconde algumas coisas sobre si, coisas que poderiam mostrá-lo sob um ângulo desfavorável”. Josef Breuer

Já quando longe dos olhos de seus eleitos, mentem, omitem, traem, manipulam, magoam. Sem pensar duas vezes, sem remorso. Usam as pessoas em benefício próprio sem sombra de consciência. E, se ao se perceber lesada, a cobrar algo desse tipo de pessoa, suas garras, a agressividade, a intimidação, física ou intelectual, aparecem para tentar controlar essa situação também. Damage control.

E tem gente que faz isso sem perceber. Esses desvios de personalidade são tão inerentes e intrínsecos, que o indivíduo sequer se dá conta do mal que causa ao outro. Nunca se relacionam por muito tempo com pessoas que considerem iguais, equivalentes. Que sejam seguras, perspicazes, percebam suas manobras manipulativas e as contestem. Porque o risco de perder o controle da situação é muito alto. E  a possibilidade de serem desmascarados, iminente. Quem não pode bancar o blefe, não dá all in, náo é mesmo?

Em um relacionamento amoroso, em menor ou maior grau, sempre tem alguém que controla e outro que se deixa controlar. Ainda que esses papeis sejam constantemente invertidos. Porém, se anular em prol do outro gera frustração. E a conta no futuro será bem alta.

Para não se permitir ser envolvido por pessoas assim, é necessário manter os sentidos bem alertas para enxergar os sinais, para perceber quando se está promovendo mudanças e abrindo mão do que se é e do que se gosta por opção própria ou apenas para fazer as vontades do outro.

Como dizia Nietzsche, cada indivíduo nasceu para se tornar quem ele é. Personalidade forte e opiniões próprias são passos importantes para completar esse processo.

As pessoas vivem bradando que são livres para escolher o que quiserem, que podem fazer o que bem entendem. O livre arbítrio é considerado valioso.

Mas a verdade é que isso tudo é uma grande utopia, pois somos escravos de nossas decisões na medida em que sofremos as conseqüências de cada uma delas. A consciência disso faz com que os mais inseguros sempre escolham os caminhos, situações e pessoas que possam controlar com maior facilidade. Não vivem plenamente e nem permitem que os outros o façam.

A escolha é de cada um de nós. A vida passa rápido. Você vai caminhar para ser quem realmente é, ou prefere ser uma marionete de alguém?

Que graça tem se relacionar com alguém se você não puder ser você mesmo ao lado dela? Discordar, ter opiniões próprias, mostrar suas reais qualidades e defeitos. Se isso não for possível, prefiro ficar só. Jamais me submeteria a ninguém. Questão de personalidade. Lealdade para consigo. E ponto.

May 17, 2012

“São aqueles que se recusam a abrir portas das quais têm as chaves. Recusam-se até a admitir que possuem estas chaves.

Mais triste ainda quando abrem a porta, conseguem ver o mundo e preferem voltar para dentro por medo de terem que ser pessoas reais”.

Crônicas do Absurdo

Toda porta tem sua chave. Ainda que seu paradeiro seja secreto, há sempre uma possibilidade, sempre há uma esperança. Nada permanece trancado para sempre. Um dia alguém encontra as chaves e descobre o que há do outro lado. Às vezes se surpreende, às vezes se decepciona, ou até, encontra nada mais do que já esperava. A curiosidade, porém por ver a porta trancada é insuportável. Por vezes, nem sequer o buraco da fechadura deixa transparecer um pequeno relance do que se passa no interior. Daí o impulso pela descoberta.
Derrubar a porta à força pode destruir o cenário do outro lado, ou espantar as criaturas que vivem atrás dela, não é prudente fazer isso. Por isso a grande mola mestra da existência é a busca por chaves que nos permitam abrir as portas. Quisera ter a chave mestra que permitiria saber de tudo, conhecer todos os lugares e todos os…

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May 15, 2012

As pessoas que sofrem com o amor

“O sofrimento é significativamente aumentado pela consciência que tem a pessoa que sofre de seu problema, ou seja, ela sabe que não deveria estar amando a pessoa problemática, mas, ao mesmo tempo, não consegue deixá-la, ou deixar de amá-la.
Diante da impotência de deixar quem a faz sofrer, a pessoa recorre a alguns mecanismos de defesa do Ego, principalmente a negação, onde o problema é sistematicamente negado.
Ou ainda à racionalização, onde passa a argumentar que a pessoa irá, sem dúvida, melhorar com o amor e carinho que recebe, que fora os momentos de crise a pessoa é ótima etc.
No fundo essa pessoa sofredora sabe que nenhum dos dois mecanismos de defesa são verdadeiros, mas alivia a sensação de culpa ou impotência acreditar neles.
Em muitos casos, quem vive com a pessoa portadora de Amor Patológico ou outro transtorno capaz de produzir sofrimento e não consegue desvencilhar-se desse relacionamento, é também portadora de alguma dificuldade emocional.
Trata-se da chamada codependência. Codependência é um transtorno emocional definido e conceituado por volta das décadas de 70 e 80, relacionada aos familiares dos dependentes químicos, alcoólatras e mesmo com transtornos patológicos relacionados a jogos ou outros problemas sérios de personalidade.
Codependentes são pessoas que vivem em função da pessoa problemática, fazendo desta tutela obsessiva a razão de suas vidas, sentindo-se úteis e com objetivos apenas quando estão interagindo com a pessoa problemática.
As pessoas codependentes têm baixa auto-estima, intensos sentimentos de culpa e não conseguem se desvencilhar do relacionamento complicado.
O que parece ficar claro é que pessoas codependentes vivem tentando ajudar a outra pessoa, esquecendo, na maior parte do tempo, de cuidar de sua própria vida, auto-anulando sua própria pessoa em função do outro e dos comportamentos insanos desse outro.
Essa atitude patológica costuma acometer mães (e pais), esposas (e maridos) e namoradas(os) de portadores de Amor Patológico, Alcoólatras, Dependentes Químicos, Jogadores Compulsivos, alguns Sociopatas etc.
O Amor Patológico, por sua vez, é predominante em mulheres e se caracteriza pela excessiva desconfiança e possessividade, em geral decorrentes de baixa auto-estima”.

Fonte