Posts tagged ‘casamento’

April 24, 2012

Perfeição demais… não cheira bem.

Sabe aquele homem super comportado?

Que nunca olha pra nenhuma outra mulher?

Que não tem nenhuma amiga que você não conheça e confie?

Que lembra de todos os “aniversários” de vocês e ainda te enche de mimos e presentes no seu aniversário, no dia dos namorados, no natal etc?

Que nunca troca sua companhia por nada, nem por um happy hour ou futebol com os amigos?

Que sempre cede aos seus encantos e acaba fazendo o que você quer?

Que diz que a única coisa que ele quer na vida é fazer você feliz, todos os dias?

Pois é meu bem. Ele tem OUTRA.

April 6, 2012

Decantamento

ImagePaixão é química. Aquele ardor no coração que vem da insegurança, da necessidade infinita de saber que o outro sente o mesmo, da necessidade de ser correspondida. E com o estabelecimento da relação tudo se acalma. Porém são esses momentos que ficam e preservá-los é o que fará com que a relação se renove.

Dois pontos cruciais se destacam nesta frase, “com o estabelecimento da relação tudo se acalma” e “preservá-los é o que fará com que a relação se renove”.

O que observamos corriqueiramente é que em relações longas há uma forte tendência das coisas irem amornando até que esfriam completamente. É o tradicional “virar irmão”. Aquela paixão louca e desenfreada do começo vai esfriando, esfriando até se tornar uma mesmice acomodada de dar pena.

Por que é tão difícil preservar a paixão e renovar o relacionamento?

Não é tão simples assim, mas não é tão complicado também. Com o passar do tempo, com a convivência constante, em especial nos casos em que o casal mora junto, vem a intimidade. E esta intimidade cresce a cada dia, fazendo com que a confiança entre os dois cresça, assim como a segurança em relação ao outro.

Aí você começa a se sentir mais tranqüila em expor suas fragilidades e seus momentos, digamos assim, menos glamourosos.

Sem o menor pudor você fica no meio da sala com a cabeça embrulhada em papel alumínio enquanto a tintura age, creme no rosto e com os dedos dos pés separados com algodão enquanto pinta as unhas.

Ele, sem a menor cerimônia, passa por você de camiseta velha e aquela cueca descosturada na lateral, te olha e pergunta, “amor, vou pegar bolacha, você quer”. Você responde com a tampa da acetona na boca “só uma”.

Nem você se importa com a cueca descosturada dele e nem ele com você parecendo um monstro do pântano.

E é justamente isso que gera a tal acomodação. Cada vez mais um conhece os segredos do outro, o mistério acaba e a segurança resulta em acomodação. Um sente que não precisa mais encantar e seduzir o outro. Ele já está ali mesmo.

E como ele está ali, você não precisa aproveitar cada segundo da presença dele, como nos tempos de namoro em que cada instante era precioso. Dá para esperar acabar o capítulo da novela, ler esses e-mails, lavar a loucinha que ficou, recolher a roupa do varal… Se bem que agora deu um sono… Amanhã eu fico mais com ele.

Aí ele está lá na internet, pegou um livro… parece tão compenetrado vendo esse filme… foi consertar o chuveiro… Ah… deixa pra amanhã…

E assim vai. A rotina, a acomodação, o excesso de intimidade vão minando o encanto do casamento até que os dois viram irmãos. Triste, mas real.

Manter a chama acesa é possível, mas não é fácil. Demanda predisposição, dedicação e planejamento, por mais contraditório que possa parecer planejar para recuperar a espontaneidade. É preciso criar novidades, bagunçar as rotinas, inventar mistérios e não se esquecer que vocês são homem e mulher.

O amor está lá, só que decantado no fundo do seu coraçãozinho. Para que ele volte a preencher sua totalidade, precisa ser chacoalhado.

*Colaboração Ricardo Flausino, autor do blog Crônicas do absurdo.

April 4, 2012

Geração Auto-Ajuda

Toda mulher do século XXI já viu, ouviu falar, leu, folheou, ou pelo menos teve curiosidade de xeretar um desses livros de auto-ajuda que prometem auxílio para entender e até controlar a mente masculina. “Porque os Homens se Casam Com as Manipuladoras”, “Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis”, “Por Que os Homens Amam as Mulheres Poderosas?”, “Porque os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor”, são apenas alguns dos títulos constantes das listas de mais vendidos em nosso país.

Minha incansável, insaciável e excêntrica curiosidade fez com que eu me dispusesse a ler alguns deles. Por que? Porque é irresistível saber o que os “experts” em comportamento têm a dizer a uma moçoila que pretende convencer um jovem mancebo a se casar, seja encarnando a “persona da manipuladora”, ou a “mulher poderosa”, ludibriando aqueles que passam a vida sendo orientados a não caírem nessas armadilhas. É, certamente, um jogo de poder e sedução.

Eu compreendo que toda mulher que já teve seus percalços pela tortuosa estrada dos relacionamentos, quer sempre saber o que fez de errado e o que fazer na próxima tentativa para que o relacionamento dê certo. Mas eu, particularmente, sempre acreditei que casamentos aconteciam a partir de uma grande história de amor, iniciada por uma paixão avassaladora.

Você conhece alguém e o imponderável diz que essa pessoa é especial. Estar ao lado dele é fácil, descomplicado, sem necessidade de explicações ou justificativas. Simplesmente é. E a presença dessa pessoa passa a ser essencial, tal qual o ar que respiramos, leva todas as dores do mundo embora. Inebriante como um cálice proibido. E, mesmo sabendo que a paixão é química, que não dura muito tempo, são esses os momentos que guardamos na memória e preservá-los é o que fará com que a relação perdure e se renove.

Então qual a razão de tentar racionalizar tudo isso? Colocar o imponderável em manuais? Por que tentar controlar um momento onde a falta de controle é o que o torna especial?

Se você quer alguém que atenda a todos os seus chamados, que obedeça seus comandos e a siga para todo lado, é melhor comprar um cachorrinho adestrado, não? E o pior é que todas nós sabemos que em pouco tempo, esta mesma moça estará reclamando que o homem dela é frouxo, que se não for ela para decidir tudo ele não faz nada, que ele não tem opinião, que é ela que tem que resolver tudo e blah blah blah…

Eu penso que ao meu lado, quero ter um homem seguro, inteligente, que saiba quando está sendo manipulado e, melhor ainda, que saiba que uma mulher manipuladora não o respeita. Nem como homem, nem como indivíduo. Ao meu lado, quero um homem que esteja comigo porque me escolheu, não porque se deixou enredar em uma teia maliciosa.

Se uma mulher segue à risca instruções de auto-ajuda para conseguir um homem moldado a seus desejos, ela merece um idiota completo, que despeje toda a carga de seus relacionamentos anteriores sobre ela. E se um homem se deixa levar e se submete a tudo isso, ele merece mesmo ter a seu lado uma insuportável, que controla cada um de seus passos e que vai tentar convencê-lo, dia após dia, de que ele, de fato, não a merece e que só está com ela por um puro golpe da sorte.

Quem acha que vai conseguir um relacionamento através de dicas de auto-ajuda, pode aproveitar a passada na livraria para comprar um livrinho que as ensine como se auto-convencer de que são felizes.

Porque o amor é o reino do imponderável e sobre ele, a lógica não tem qualquer influência.

*Colaboração Ricardo Flausino, autor do blog Crônicas do absurdo.

March 29, 2012

A escolha

Tinha a sua frente dois corações.

Sabia que tinha que fazer uma escolha.

Sabia que só poderia fazer um deles feliz e que isso significava destruir o outro.

Não havia meio termo, não havia meia escolha.

Então escolheu.

E com sua escolha de fazer aquele coração feliz.

Destruiu o meu.

January 18, 2012

Isso explica muita coisa!

Quem me conhece sabe do meu interesse pelo estudo do comportamento humano e suas implicações. Alguns comportamentos sempre despertaram minha curiosidade, ou por fugirem do padrão esperado para aquele cenário, ou por serem absolutamente desconexos, exacerbados ou desprovidos de qualquer consideração ou temor pelas regras e leis da sociedade.

Hoje, ao assistir a um especial do Discovery Channel sobre a ciência envolvida em várias facetas do relacionamento homem x mulher, obtive respostas para muitas das perguntas que sempre me fiz à respeito desse aspecto do relacionamento humano. Essas informações me fizeram enxergar que, apesar do nível de evolução a que chegamos hoje, muito do nosso comportamento relacional e sexual vem de um dos mais básicos e primitivos instintos animais.

Se estiverem dispostos, compartilho com vocês esse interessante especial intitulado “A ciência do sex appeal”. Enjoy it!

November 23, 2011

Casal Siamês

Todo mundo conhece uma história como a de Rodolfo e Marta. Eles se conheceram no trabalho, se apaixonaram e se casaram. E desde então passaram a fazer tudo juntos.

Continuaram trabalhando juntos. Almoçavam todos os dias juntos. Marta controlava a alimentação de Rodolfo. Não o deixava comer frituras e bobagens que pudessem vir a fazer mal à sua saúde.

Rodolfo, por sua vez, enchia Marta de atenção, carinho e mimos. Fazia companhia à ela no shopping durante as compras. Ia ao cabeleireiro e esperava pacientemente por horas entre revistas de fofoca até que ela ficasse pronta.

Faziam academia juntos, à noite. Marta fiscalizava cuidadosamente todos os exercícios que Rodolfo fazia, para que tudo corresse conforme tinha que ser. Ela se preocupava muito com a saúde dele, pois havia demorado muito para encontrar seu homem perfeito, não conseguia nem imaginar perdê-lo.

Ao final do dia, já em casa, assistiam juntos à TV. Sempre os mesmos programas. O telejornal, a novela, o programa de entrevistas.

De vez em quando saiam para jantar fora ou pegar um cinema. Permitiam-se algumas viagens, também. Sempre os dois. Só os dois.

Marta não gostava que Rodolfo saísse sozinho. Mesmo que fosse só para ir tomar um café com os amigos. Ela se sentia excluída, como se ela não fosse suficiente para fazê-lo feliz. Gostava de tê-lo sempre por perto, mesmo quando tinha vontade de estar sozinha. Não se permitia o egoísmo de ficar só. Preferia sacrificar sua individualidade a deixá-lo ficar longe.

Como conviviam o tempo todo, não tinham mais assunto. Foram parando de conversar. Já não riam mais. Já não havia todo aquele encanto na simples companhia do outro.

Rodolfo se sentia sufocado. Queria comer bobagens de vez em quando. Queria não ter que ir à academia todos os dias. Queria assistir ao futebol enquanto Marta fazia compras. Queria poder sair com os amigos enquanto ela estivesse no cabeleireiro. Mas, como não queria magoá-la, não fazia nada.

Rodolfo sentia falta de si mesmo. Rodolfo queria era sentir falta de Marta outra vez.

September 13, 2011

Mas eu me mordo de ciúme

Ciúme. Para o dicionário, zelo de amor, inveja; pesar, despeito por ver alguém possuir um bem que se desejaria ter.

Para os psicólogos, reação complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade.

Para Shakespeare, um monstro de olhos verdes (Otelo. 1603).

Definições frias para um sentimento carregado de emoções quentes e que todo ser humano conhece bem. Afinal, quem nunca presenciou, ou foi protagonista, de uma cena de ciúme?

Casais promovem escândalos públicos, amigas brigam por sentirem que não recebem a atenção necessária da outra, pessoas cultivam sentimentos negativos por quem possui algo que as mesmas não têm, irmãos se detestam por se sentirem preteridos pelos pais. Formas diferentes para um mesmo sentimento.

O ciúme está relacionado, nos relacionamentos amorosos, com a falta de confiança no outro e/ou em si próprio e com o medo da perda. O ciumento não acredita na fidelidade do outro e/ou não se sente digno do amor dele(a).

Em sua forma mais avançada, o ciumento passa a exigir do outro coisas que limitam a liberdade deste. Seja de expressão, de movimento ou de relacionamento. É o caso de homens que controlam as roupas que suas mulheres vestem, onde vão ou deixam de ir. Mulheres que definem o que (e quem) o homem pode ou não incluir em suas redes sociais (e que dão piti quando ele não as obedece) ou que cismam com determinadas amigas, que juram que querem “roubá-lo” delas.

O ciumento cria dentro de sua própria cabeça, situações irreais e se convence de que elas acontecem, aconteceram ou acontecerão. Essa fantasia vem do sentimento de posse em relação ao outro e da necessidade de controlá-lo, já que o mesmo “lhe pertence”. Pode, inclusive, se transformar em obsessão. No cinema, vimos isso acontecer em “Atração Fatal” e “O preço da traição”? Na literatura, em Otelo e Dom Casmurro.

Minha avó costumava dizer que, quanto mais uma pessoa é ciumenta e possessiva, mais ela própria não é de confiança. Seres humanos tendem a projetar no outro seu próprio comportamento, seus próprios desejos e vontades. O ciumento possessivo é, muito freqüentemente, uma pessoa infiel. E por saber o que é capaz de fazer, acredita que o outro também o é. A vida, assim como algumas experiências, me mostraram que essa é uma das maiores verdades populares de todos os tempos.

Fato é que essa “posse” e esse “controle” que o ciumento entende ter, são pura e simplesmente imaginários. Como bem sabemos, ninguém é propriedade de ninguém.
Crises de ciúme constantes e sem fundamento servem apenas para aumentar a probabilidade de afastamento do outro. Ninguém gosta de ter sua liberdade cerceada e, em algum momento, a pessoa optará por sua auto-preservação. Questão de instinto.

A verdade é que não existe sentimento mais satisfatório e gratificante do que saber que o seu amor escolheu ficar (e permanecer) com você, apesar de ter outras opções, e não por falta delas.

Já diziam Raul Seixas e Paulo Coelho, “amor, só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade”.

Liberte seu amor. Estou certa de que, se ele(a) te amar de verdade, não irá para muito longe de você. 😉

September 3, 2011

Só Não Desonre o Meu Nome


Esta frase, que se repete na música “Me Adora” da cantora Pitty, tem um significado mais profundo do que pode parecer. Se pararmos pra pensar, na dança dos relacionamentos, é isso que tem real valor.

Não desonrar o nome quer dizer ter respeito com o outro e saber que, acima de tudo, está ali um ser humano, com todas as suas virtudes e defeitos, que pode estar passando por fases mais ou menos turbulentas.

Aonde isso tudo quer chegar?

Quando falamos de relações extraconjugais, a primeira coisa que vem à cabeça é que a traição representa o fim de um relacionamento. Esta é uma verdade parcial. Pode representar apenas o fim do relacionamento como o conhecíamos.

Primeiramente, a questão é que o termo traição, aplicado à puladas de cerca, é um conceito forte demais.

Para exemplificar, podemos observar como os povos de língua inglesa se referem a este fenômeno: trair em inglês é “to betray”, mas você nunca vai encontrar esta palavra referindo-se a escapadelas de pessoas comprometidas, para tal, eles usam “to cheat”, que significa enganar, trapacear. “Betray”, ou trair, é muito mais sério.

Vamos supor que sua melhor amiga, casada, está tendo um casinho com um colega do trabalho. Aí você vai lá e conta para o marido dela. Neste caso, sua amiga estava “cheating” o marido e você “betrayed” sua amiga. Deu pra sacar? Para os povos de língua inglesa, trair tem um significado mais profundo e pesado do que uma pulada de cerca.

Talvez isso envolva os conceitos de fidelidade e lealdade. Lealdade é bem mais profundo que fidelidade. Fidelidade é física e estática. Lealdade é abstrata e onipresente.

Motivos mil levam as pessoas a pularem a cerca, mas sabemos bem que isso pode acontecer com qualquer um, de modo casual, sem que a relação seja afetada. Mas, isto só é possível se a lealdade for mantida intacta.

Vamos dizer que você, em um momento delicado de seu relacionamento se interessa por outra pessoa e acaba deixando acontecer, ou, em um rompante de luxúria, vá parar no motel com alguém. Se a coisa ficar no segredo, entre você e a pessoa que compartilhou o momento, você quebrou a fidelidade, “cheated”. Agora, se você sair desfilando com amantes para que o mundo veja, aí sim, você quebrou a lealdade, “betrayed”.


Sabe como é? Só não desonre o meu nome. Seu cônjuge poderá até perdoar se você acabar contando que cometeu um deslize e que se arrependeu e blá blá blá, mas se ficar sabendo por terceiros e perceber que foi o último a saber, aí não tem jeito.

Orgulho ferido dói, mas com platéia, dilacera a alma. Não se brinca com o amor próprio das pessoas.

Ser fiel não significa, necessariamente, ser leal, assim como é possível ser infiel sem ter sido desleal. O livre arbítrio está aí e cada um usa como melhor lhe convir, mas respeito e lealdade nunca devem faltar.

* em co-autoria com Ricardo Flausino

August 15, 2011

Mulher que não voa…

Nos últimos tempos, tenho visto e ouvido muitos homens afirmarem categoricamente o quanto suas mulheres são honestas, fiéis e sérias. O quanto elas não permitem a aproximação de outros homens, o quanto não dão bola para ninguém.

Nós nos tornamos praticamente seres assexuados. Santas num altar.

Será isso algum tipo de síndrome? Estariam tentando desesperadamente se convencer de que isso jamais aconteceria com eles? Ou eles esqueceram que nós, mulheres, também somos seres (como já diziam os Titãs…) com desejos, necessidades e vontades?

Mulheres também traem. Por motivos diferentes dos masculinos, fato, mas traem. E bastante. Duvida? Dá uma olhada nesse artigo da Isto é.

Uma antiga matéria que eu assisti no Globo Repórter dizia que as mulheres, para traírem, precisam de um motivo. Já os homens, só precisam mesmo é de uma mulher.

E que motivos seriam esses que levam esses seres puros e angelicais a traírem seus namorados, noivos, companheiros e maridos?

Algumas traem apenas pelo prazer de trair, mas, acredito eu que essas sejam minoria. Eu diria que, basicamente, as mulheres traem porque se apaixonam por outro, por curiosidade, porque a oportunidade aparece, porque se sentem sozinhas ou, e guardem essa informação, porque desconfiam de seus parceiros.

Esse último motivo, tem se tornado a justificativa número 1 para a traição da mulher moderna: na dúvida de que ele me trai, eu o traio também, assim fica tudo elas por elas. Se a sua mulher desconfia de que você tenha aprontado alguma, sinto lhe dizer meu amigo, mas você é um forte candidato a corno.

Pode nunca acontecer? Claro que pode! Ela pode nunca ter a oportunidade. Pode até ser que ela não tenha coragem.

Mas se o outro homem, o candidato a amante, for bom de papo, enchê-la de elogios e der à ela a atenção que você, como a maioria dos homens que estão em uma relação estável, não dá mais, dificilmente ela resistirá.

Do mesmo modo que os homens têm necessidade de diversidade, nós mulheres, temos necessidade de atenção, de nos sentirmos amadas e desejadas. E o sexo – mas sexo com vontade, com desejo, com interação – faz parte desse pacote que nós precisamos. E sim, esse desejo de atenção é tão forte em nós como o instinto sexual é em vocês.

Sendo assim, toda mulher é capaz de trair. É só encontrar o motivo – e o homem – certo. Não subestime a sua. Lembre-se de que, quanto maior o altar em que colocamos as pessoas, maior é a queda.

Provavelmente sua mulher confia tanto em você quanto você nela. E, cá entre nós, sabemos que você não é santo, não é verdade? Por que ela seria?

Já dizia o ditado: Mulher que não voa, dá. A sua voa?

May 10, 2011

Pessoas mornas me irritam

Pra inaugurar o meu blog, queria falar sobre uma coisa que está me incomodando muito nos últimos meses.

Só eu fico irritada ao ter que interagir com pessoas mornas?

Só a mim incomoda o fato de as pessoas se utilizarem o tempo todo de máscaras socias, ocultando seus verdadeiros pensamentos e sentimentos?

Prefiro alguém que grite comigo, que expresse toda sua raiva e descontentamento, a ter que suportar horas a fio ao lado de uma pessoa apática.

Ame-me ou odei-me, mas nunca, nunca fique em cima do muro. Pessoas em cima do muro mereciam ser arremessadas para o outro lado.

Mas, analisando a questão com um pouco mais de profundidade, cheguei a algumas conclusões. Se eu não demonstro sentimentos eu estou protegido. Se as pessoas não sabem o que eu estou sentindo, não podem me atingir.

Óbvio e simples. Não é?

Indiferença. O escudo do mundo moderno.

Já ouvi falar até que isso virou doença mental. Uma série delas, pra falar a verdade. Será excesso de resiliência o que nos atinge? Síndrome do Super Homem ou da Mulher Maravilha? Burnout?

Fato é que a sociedade, o trabalho, o trânsito, sua família, seu parceiro(a), assim como todas as pessoas que interagem com vc ao longo do seu dia exigem que você esteja sempre equilibrado. Sempre mantenha a calma. Sempre ignore seus sentimentos de raiva, frustração, indignação e injustiça e reaja da forma que é esperado de você.

Não sou profunda estudiosa do tema pra falar com bases científicas.

Nem pretendo incentivar que as pessoas sejam grossas e intratáveis, que se achem no direito de despejar no outro seu caminhão de melancias à todo momento e por qualquer razão.

Mas não consigo ignorar o fato de que, a cada dia que passa, as pessoas tem se tornado mais indiferentes e insensíveis. E o pior: a si próprios

“Desligam” seus próprios sentimentos, ou se utilizam do mecanismo de defesa que eu gosto de chamar de ‘Síndrome de Scarlet Ohara’: Eu penso nisso amanhã.

Por não se permitirem viver cada emoção e sensação que surgem em seus caminhos, as pessoas se tornam mornas. Nem quentes, nem frias. Mornas.

Esse estado mental pode dar a falsa sensação de segurança. A pessoa se ilude. Convence-se de que é assim que ela tem que ser e agir para sobreviver. Pra suportar o dia-a-dia, a realidade.

Fico pensando: quantas vezes por dia uma pessoa é capaz de respirar fundo, reprimir e ignorar seus próprios sentimentos? Quanto é suficiente pra que eu possa ter pelo menos um acesso de raiva no dia? E, mais importante, até que ponto isso é benéfico pro indivíduo e pra seu crescimento?

A verdade é que eu não sei responder às minhas próprias perguntas.

Só sei que para se viver, mas viver mesmo – não só passar pela vida – nós precisamos ser quentes. Precisamos amar com intensidade e odiar com intensidade. Sentir paixão, raiva, desejo, compaixão, remorso, empatia, ciúmes, benevolência, inveja, piedade, arrependimento. Deixar-se viver cada um desses sentimentos. Intensamente. Só essa experiência nos torna mais humanos e menos máquinas. Só a vida nos ensina e nos faz mais sábios e capazes.

Não nos permitir sentir, nos torna emocionalmente imaturos e eternamente dependentes. Deixamos de ser protagonistas de nossa própria felicidade e passamos a depender do outro para que ela aconteça.

Quanto tempo as pessoas perdem na vida deixando de viver?

Se você não gosta do seu trabalho, utilize seu tempo livre para fazer coisas de que você gosta. Não faça apenas o que você é obrigado a fazer pela necessidade ou pelas convenções sociais. Faça também o que lhe dá prazer.

Se você não está com a paixão da sua vida, mude de parceiro(a). A vida inteira é tempo demais pra passar ao lado de uma pessoa que não te proporciona emoções verdadeiras, que não te faz rir como um louco e chorar como um miserável.

Cerque-se de pessoas mais inteligentes que você. Desafie a si mesmo. Provoque seu crescimento.

Se você sente falta de alguma coisa na sua vida, ouça seu coração. Descubra o que falta. Complete-se. Seja inteiro antes de querer ser uma fração de alguém.

Lembre-se que o contrário do amor, não é o ódio, mas a indiferença.

A indiferença é quem sufoca o entusiasmo até a morte. A insensibilidade é quem apaga o brilho nos olhos.

Ame. Sinta. Sofra. Cresça. Não sobreviva. Apenas viva.

Acima de tudo, seja você mesmo sempre que possível. Não se preocupe com o julgamento alheio. A única pessoa cuja opinião deve ser importante pra você é você mesmo. Se você não pode ser você mesmo em frente as pessoas que te cercam, está na hora de você mudar o seu círculo de convivência.

Precisa de alguém em quem confiar? Confie em si.

E como diria Shakespeare: “é o amor, e não o tempo, que cura todas as feridas”. Permita que o amor cure as suas e as transforme em algo melhor: experiência.

Seria hipocrisia da minha parte achar que eu também não sou assim. Quem sabe a minha irritação provoque uma mudança em meu próprio comportamento. Quem sabe eu não possa me tornar o exemplo daquilo em que acredito. O importante é dar o primeiro passo e se jogar no abismo dos sentimentos.

P.S.: Bom pesquisar alguns autores e descobrir que não sou a única a me sentir assim: irritada com pessoas que optam pelo que é morno, por manter o status quo, em vez de encarar uma mudança profunda que possa, a longo prazo, trazer uma felicidade maior e mais duradoura.

“Mas porquanto és morno, e não frio nem quente, te vomitarei de minha boca”. Apocalipse 3:16

 “Aos mornos eu vos vomitarei da garganta”. ( J.C.)

“Quando optamos pelo caminho da indiferença, nos tornamos psiquicamente ausentes, sem paixão, estamos presentes de corpo, mas com a alma escondida, fazendo o que tem que ser feito, racionalizando nossas escolhas, mas sem alegria, sem senso de liberdade ou de um sentido maior para vida. Isolados temos a falsa sensação de controle, mas essa indiferença, esse estado blasé, nos rouba nossa maior força, proteção e benção, que são o amor e a paixão abundante que vivem em nosso coração. São eles que não nos deixam suspirar profundamente no cansaço e no medo, pois são o elixir que renova tudo sempre”. Luciana Martuchelli